Segurança
Novo jato furtivo da China: um passo em direção à concorrência
Surgimento de aeronave destaca ambições de Pequim, mas também levanta dúvidas sobre sua capacidade de cumprir promessa.
![Renderização composta do YF-42A da General Atomics e do YFQ-44A da Anduril. [Atômica Geral/Anduril]](/gc4/images/2025/08/22/51653-china_jet-600_384.webp)
Por Entorno |
O surgimento de um novo jato de combate furtivo e sem cauda proveniente da China intriga a região do Indo-Pacífico. Apesar da incerteza sobre a natureza exata da aeronave – se trata-se de um caça tripulado de sexta geração ou de um veículo aéreo de combate não tripulado avançado (UCAV) –, o seu design e capacidades destacam a determinação de Pequim em ultrapassar os limites da inovação aeroespacial militar.
Para os observadores locais, esse desenvolvimento é um lembrete da crescente competição nos céus, onde os avanços tecnológicos estão remodelando o equilíbrio de poder.
Um lançamento obscuro
Assim como ocorre com muitos projetos militares chineses, a procedência das imagens vazadas não é clara e a sua autenticidade é contestada. Embora o design seja condizente com os esforços mais amplos da China para modernizar as suas forças armadas, o momento e a qualidade das imagens sugerem uma tentativa deliberada de projetar força.
Para observadores locais, esse lançamento é um lembrete da confiança da China no espetáculo para amplificar os seus avanços. O surgimento do jato destaca as ambições de Pequim, mas também levanta dúvidas sobre sua capacidade de cumprir as promessas.
![Captura de tela mostrando uma visão inferior do novo caça furtivo da China. [Plataforma X]](/gc4/images/2025/08/22/51654-china_jet2-600_384.webp)
O jato recém-revelado apresenta fuselagem elegante e pontiaguda, asas altamente inclinadas e uma borda de fuga distinta em forma de “W”, tudo otimizado para baixa observabilidade. A ausência de estabilizadores verticais e superfícies de cauda reforça ainda mais o seu perfil furtivo, enquanto a ampla fuselagem sugere uma capacidade interna significativa para combustível e reservas. Duas “protuberâncias” sobre a fuselagem traseira sugerem uma configuração de motor duplo, potencialmente permitindo maior alcance e capacidade de carga útil.
O projeto reflete o foco da China no desenvolvimento de plataformas capazes de operar em ambientes adversos, particularmente no Indo-Pacífico, onde o domínio marítimo e aéreo é fundamental. A configuração sem cauda e os atributos furtivos da aeronave se alinham à estratégia mais ampla de Pequim para modernizar seu poder militar e de projetos em toda a região.
Uma resposta a iniciativas regionais
O "timing" do surgimento do jato é notável, pois ocorre no momento em que o Indo-Pacífico testemunha rápidos avanços na tecnologia de combate aéreo. O US B-21 Raider, primeira aeronave operacional de sexta geração do mundo, já demonstrou suas capacidades em testes de voo. Com sua furtividade avançada, arquitetura aberta e engenharia digital, o Raider estabeleceu um padrão elevado para o poder aéreo da próxima geração.
O novo jato da China parece ser uma resposta a esses avanços, sinalizando a intenção de Pequim de competir no cenário em evolução do combate aéreo. Embora as capacidades do Raider sejam bem-documentadas, o novo design da China permanece envolto em mistério – as imagens vazadas fornecem apenas vislumbres do seu potencial.
Especulações sobre o papel do jato continuam circulando. Caso inclua um cockpit (cabine), poderá representar um concorrente do caça de sexta geração J-XDS (apelidado de J-50) da Shenyang. O projeto tem semelhanças com o jato tático superpesado J-36 da Chengdu, sugerindo que pode ser um primo bimotor menor, otimizado para funções de caça mais tradicionais.
Alternativamente, o jato pode ser parte do programa Aeronave de Combate Colaborativa (CCA, na sigla em inglês) da China, destinado a servir como uma “ala leal” para caças tripulados de sexta geração. Esse conceito envolve drones altamente autônomos, capazes de operar ao lado de aeronaves tripuladas ou de forma independente em sistemas de rede.
A China já demonstrou seu compromisso com a aviação de combate não tripulada em projetos como o UCAV furtivo GJ-11 Sharp Sword e a série FH-97. O novo jato poderia representar uma contrapartida de maior desempenho para esses drones, capazes de missões de maior alcance e maiores cargas úteis.
Para a região do Indo-Pacífico, o surgimento do jato furtivo é um lembrete da crescente concorrência na tecnologia de combate aéreo. O deficiente setor aeroespacial da China tenta recuperar o atraso, com projetos que desafiam as noções tradicionais de poder aéreo.
Ainda há dúvidas sobre a prontidão operacional do jato e suas condições de corresponder às capacidades de plataformas estabelecidas como o B-21 Raider. Enquanto o Raider se beneficia de décadas de inovação dos EUA em tecnologia furtiva e de ataque, o novo jato da China ainda está em estágios iniciais de testes, com muitos detalhes a serem confirmados.