Por Entorno e AFP | 2025-08-05

O governo da Nicarágua garantiu uma nova concessão à empresa chinesa Thomas Metal S.A. para mineração, ampliando a presença de Pequim no setor extrativo do país centro-americano.

Publicado em 29 de julho no diário oficial La Gaceta, o anúncio revela que a empresa recebeu direitos de exploração de minerais metálicos e não metálicos em 47.410 hectares na região sul do Caribe.

Essa nova licença contempla áreas localizadas nos municípios de El Castillo e Bluefields, abrangendo o Rio San Juan e a Região Autônoma da Costa Sul do Caribe. A concessão terá duração de 25 anos, embora os minerais específicos envolvidos não tenham sido divulgados.

A Thomas Metal já havia recebido uma licença em junho para operar em 3.922 hectares em outras área da região caribenha da Nicarágua.

Crescente influência chinesa

A presença da China no setor de mineração da Nicarágua cresce significativamente desde 2021, quando o governo do ditador Daniel Ortega cortou laços com Taiwan em favor de relações diplomáticas com Pequim.

Desde então, pelo menos cinco empresas chinesas estariam ativamente explorando ouro no país, de acordo com meios de comunicação banidos da Nicarágua.

No fim de julho, outra empresa chinesa, a Nicaragua Xinxin Linze Mineria Group S.A., transferiu seus direitos de exploração de 10.592 hectares nos departamentos de Chontales e Nueva Segovia à também chinesa Linze Excelente Minera.

Na mesma semana, a Xinxin obteve 14.869 hectares adicionais para explorar minerais no departamento de León e na Região Autônoma da Costa Sul do Caribe.

As empresas chinesas se tornaram cada vez mais influentes na Nicarágua, não apenas na mineração, mas em setores-chave, como infraestrutura, transportes, saúde, segurança e comércio.

O aprofundamento da aliança com Pequim destaca a orientação de Ortega em relação à China e ao seu líder, Xi Jinping, em um contexto de crescente isolamento internacional e autoritarismo interno.