Crime e Justiça
Tiroteio próximo a boate deixa oito mortos no Equador em meio a onda de assassinatos
Diante de mais de 4.051 assassinatos em apenas cinco meses, analistas alertam que esse pode ser o início de ano mais mortal da história moderna do país.
![Marca de bala em janela é vista durante o funeral das vítimas de um tiroteio em massa em Playas, Equador, em 20 de julho. Nove pessoas foram mortas no dia anterior enquanto jogavam sinuca na cidade turística. [Gerardo Menoscal/AFP]](/gc4/images/2025/08/11/51480-ecuador-600_384.webp)
Por AFP |
Oito pessoas morreram e outras duas ficaram feridas após um grupo de atiradores abrir fogo contra uma multidão no entorno de uma boate em uma cidade no sudoeste do Equador, informou a polícia em 10 de agosto.
Policiais chegaram ao local após receber uma chamada de emergência alertando sobre um tiroteio e encontraram “várias pessoas feridas e sete corpos”, disse o coronel da polícia Javier Chango em uma coletiva de imprensa, acrescentando que uma oitava vítima morreu no hospital.
Os atiradores chegaram ao local em duas caminhonetes e abriram fogo contra pessoas que consumiam bebidas alcoólicas do lado de fora da boate por volta de 1h15, no horário local (0615 GMT), em Santa Lucía, que tem uma população de 38.000 habitantes e fica na província de Guayas.
Entre os mortos estava o proprietário da casa noturna, Jorge Urquizo, irmão do prefeito de Santa Lucía.
A polícia encontrou 800 cápsulas de munição no local.
Após o ataque, os atiradores voltaram para suas caminhonetes e fugiram por uma “rota desconhecida”, informou Chango.
Aumento de gangues estimula onda de violência
A polícia local encontrou um homem armado com um revólver que dirigia uma caminhonete, mas não foi possível estabelecer se ele havia participado do ataque.
A polícia ainda não sabe o motivo do tiroteio.
Os corpos dos mortos foram transferidos para um necrotério na cidade vizinha de Daule.
O gabinete do prefeito de Santa Lucía, Ubaldo Urquizo, expressou condolências em 10 de agosto.
“Nos unimos em sentimento e oração com cada um dos familiares afetados por este violento que atingiu nossa comunidade”, publicou o gabinete nas redes sociais.
O Equador, que já foi um refúgio pacífico entre os dois maiores exportadores de cocaína do mundo, Colômbia e Peru, viu a violência irromper nos últimos anos, à medida que gangues ligadas a cartéis mexicanos e colombianos disputam o controle.
Mais de 70% de toda a cocaína produzida no mundo passa atualmente pelos portos do Equador, de acordo com dados do governo.
Guayas é uma das quatro províncias onde recentemente o presidente Daniel Noboa declarou estado de exceção por dois meses para combater a violência dessas quadrilhas.
No entanto, apesar do aumento da presença militar, as autoridades não conseguiram conter o derramamento de sangue.
Mais de 4.051 homicídios foram registrados entre janeiro e maio, de acordo com dados oficiais. Analistas avaliam que este é o início de ano mais violento da história recente do país.