Segurança
Campanha presidencial do Equador é lançada em meio a estado de emergência e guerra contra as drogas
Equador, que antes era visto como uma "ilha de paz" entre os maiores produtores de cocaína do mundo, Colômbia e Peru, viu sua taxa de homicídios aumentar quase oito vezes entre 2018 e 2023.
![Soldados montam guarda perto do palácio do governo em Quito em 5 de janeiro. [Galo Paguay/AFP]](/gc4/images/2025/01/07/48702-ecuador1-600_384.webp)
Por AFP e Entorno |
QUITO – A campanha de um mês para as eleições gerais no Equador começou em 5 de janeiro, enquanto o país sul-americano enfrenta uma desafiante guerra contra gangues do tráfico de drogas.
A campanha, que tem 16 candidatos presidenciais, incluindo o atual presidente, Daniel Noboa, a esquerdista Luisa Gonzalez e o líder indígena Leonidas Iza, terminará em 6 de fevereiro, três dias antes da eleição.
O Conselho Nacional Eleitoral pediu a todos os candidatos que façam campanhas de "tolerância e respeito mútuo que fomente o debate argumentado (e) a cultura de paz".
Guerra contra as drogas
A campanha presidencial começou poucos dias depois de Noboa declarar estado de emergência em Quito em sete das 24 províncias do Equador, em resposta à crescente violência decorrente da guerra do país contra gangues de narcotraficantes.
![Supostos membros da gangue Latin King são apresentados à mídia após uma operação conjunta das forças armadas e da polícia nacional em Durán, Equador, em dezembro. [Marcos Pin/AFP]](/gc4/images/2025/01/07/48704-ecuador22-600_384.webp)
Um decreto presidencial emitido em 3 de janeiro estabelece uma medida que suspende os direitos à inviolabilidade do domicílio e à correspondência por 60 dias nas províncias costeiras de Guayas, Los Ríos, Manabí, Santa Elena e El Oro, assim como nas províncias amazônicas de Orellana e Sucumbíos.
O estado de emergência foi declarado em resposta à grave agitação interna e ao conflito armado interno em janeiro de 2024 devido à crescente violência relacionada às drogas.
A medida abrange Quito (província de Pichincha) e as cidades de La Troncal (Cañar) e Camilo Ponce Enríquez (Azuay) e coloca o sistema penal sob controle militar.
'Escalada da violência'
O governo de Noboa, que assumiu o poder em novembro de 2023, recorreu a poderes emergenciais para conter o aumento implacável de gangues de traficantes que lutam pelo controle das ruas e prisões.
"Esta declaração se baseia (...) no aumento dos índices de violência, na prática de crimes e na intensidade da presença prolongada de grupos armados organizados", afirma o decreto publicado no portal eletrônico presidencial.
Nos últimos anos, o crime organizado remodelou dramaticamente o Equador, país que já foi considerado uma "ilha de paz" aninhada entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores de cocaína do mundo.
Com uma população de 17 milhões, a taxa de homicídios do Equador aumentou de seis por 100.000 habitantes em 2018 para um recorde de 47 em 2023.
Em 2024, as autoridades equatorianas apreenderam mais de 282 toneladas de drogas, superando as 219 toneladas confiscadas em 2023.