Saúde

Projeto de hospital público de Bogotá é prejudicado por atrasos da PowerChina

A construção de um hospital por um consórcio liderado pela China para beneficiar um dos bairros mais pobres de Bogotá segue paralisada, apesar da inauguração prevista para 2023.

Entrada para a área da sala de emergência no canteiro de obras do Hospital Usme, desenvolvido pela empresa estatal chinesa PowerChina. Mais de 1,3 milhão de habitantes do sul de Bogotá aguardam a conclusão deste projeto há muito prometido, cuja inauguração estava prevista para 2023. [Departamento de Saúde do Distrito de Bogotá]
Entrada para a área da sala de emergência no canteiro de obras do Hospital Usme, desenvolvido pela empresa estatal chinesa PowerChina. Mais de 1,3 milhão de habitantes do sul de Bogotá aguardam a conclusão deste projeto há muito prometido, cuja inauguração estava prevista para 2023. [Departamento de Saúde do Distrito de Bogotá]

Por Giselle Alzate |

BOGOTÁ — Há mais de dois anos que a população do sul de Bogotá, com mais de 1,3 milhão de habitantes, aguarda a abertura do Hospital Usme, um projeto há muito prometido pelo grupo estatal chinês PowerChina International, que deveria ter sido inaugurado em 2023.

Mas os atrasos e os compromissos não cumpridos deixaram um dos bairros mais pobres da cidade sem os cuidados médicos que foram prometidos.

Bogotá emitiu um ultimato à empresa chinesa, exigindo a conclusão do projeto até 30 de junho.

No início deste ano, o prefeito de Bogotá, Carlos Galán, visitou o canteiro de obras e reconheceu atrasos significativos, afirmando que o progresso havia ficado aquém das expectativas. Em consequência, estabeleceu um prazo final para que o Consórcio Novo Hospital Usme, liderado pela PowerChina, terminasse o projeto.

Em março de 2022, o então embaixador chinês na Colômbia, Lan Hu (segundo à direita), visitou o canteiro de obras do Hospital Usme ao lado de funcionários da prefeitura de Bogotá e representantes da PowerChina. [Departamento de Saúde do Distrito de Bogotá]
Em março de 2022, o então embaixador chinês na Colômbia, Lan Hu (segundo à direita), visitou o canteiro de obras do Hospital Usme ao lado de funcionários da prefeitura de Bogotá e representantes da PowerChina. [Departamento de Saúde do Distrito de Bogotá]

“Nosso dever é proteger os recursos públicos de Bogotá. (…) Se o projeto não for entregue até abril e os preparativos para o hospital não forem concluídos até junho, tomaremos medidas legais para sancionar o consórcio”, advertiu Galán em um vídeo postado em suas redes sociais em 8 de janeiro.

Alegando progressos insuficientes, a cidade iniciou um processo de não conformidade.

Não é a primeira vez que Galán estabelece um prazo: durante uma visita em maio passado, ele prometeu a conclusão do hospital até dezembro. Essa promessa, tal como o próprio projeto, permanece descumprida.

'Oito prorrogações'

Bogotá concedeu à PowerChina o projeto de construção do Hospital Usme em 2019, com as obras iniciadas um ano depois. Originalmente prevista para abrir em 2023, a unidade de saúde tem enfrentado atrasos constantes, deixando o bairro carente ao redor sem as instalações médicas há muito prometida.

Várias inspeções ao local confirmaram falhas significativas no projeto, revelou o Escritório de Supervisão do Distrito de Bogotá ao Entorno.

“Este contrato sofreu repetidos atrasos por várias razões, o que levou a oito prorrogações”, declarou o gabinete numa resposta por e-mail em meados de março. As obras do hospital estão “93,4% concluídas”, destacou.

A construção deverá custar US$ 70 milhões, segundo a prefeitura de Bogotá.

“Esperamos que o consórcio cumpra seus prazos para que todas as entidades envolvidas possam trabalhar em conjunto e finalmente entregar esta infraestrutura vital”, disse José Argote, subsecretário de planejamento do Departamento Distrital de Saúde, após uma visita ao local em 11 de fevereiro.

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