Segurança

Corrupção é vista como um obstáculo à modernização nuclear da China

Esforços da China para modernizar e expandir seus mísseis nucleares e convencionais terrestres sofreram com a saída de líderes nessas áreas-chave.

Veículos militares transportando mísseis balísticos intercontinentais DF-5B participam de desfile militar em Pequim em 2019. [Greg Baker/AFP]
Veículos militares transportando mísseis balísticos intercontinentais DF-5B participam de desfile militar em Pequim em 2019. [Greg Baker/AFP]

Por Entorno e AFP |

A corrupção nas forças armadas da China levou ao afastamento de altos líderes e pode dificultar os esforços do país para modernizar suas forças armadas, disseram militares dos EUA em 18 de dezembro.

Em 2023, as forças de Pequim "passaram por uma nova onda de investigações relacionadas à corrupção e afastamento de líderes de alto escalão, o que pode ter interrompido seu avanço em direção às metas de modernização declaradas para 2027", afirma o relatório anual apresentado ao Congresso sobre acontecimentos militares e de segurança chineses.

Pelo menos 15 oficiais militares de alta patente e executivos da indústria de defesa foram destituídos dos cargos entre julho e dezembro de 2023, de acordo com o relatório.

"Vários líderes investigados ou afastados por corrupção supervisionaram projetos de desenvolvimento de equipamentos relacionados à modernização dos mísseis nucleares e convencionais terrestres da RPC (República Popular da China) ", diz o relatório.

As metas para 2027 que podem ser afetadas incluem "aumentar a velocidade da modernização em teorias militares, organizações, equipes, armas e equipamentos", de acordo com o relatório.

Em março de 2024, uma alta autoridade chinesa disse em uma reunião legislativa anual da RPC que a Comissão Militar Central do país reprimiria "falsas capacidades de combate" nas forças armadas, o que pode ser uma referência à corrupção relacionada à aquisição de armas.

Disparos disruptivos

Um alto funcionário da defesa dos EUA observou que "a rotatividade e a substituição frequentes de pessoal de alto escalão certamente podem ser prejudiciais", enquanto os esforços para descobrir a corrupção podem protelar projetos e ser transferidos a outros funcionários envolvidos.

Desde que chegou ao poder, há pouco mais de uma década, o líder chinês, Xi Jinping, supervisiona uma ampla campanha contra a corrupção oficial, que também é vista pelos críticos como uma forma de expurgar rivais políticos.

Os esforços recentes foram focados no Exército de Libertação Popular. Em novembro passado, o alto funcionário Miao Hua se somou a uma série de figuras de alto escalão que foram destituídas de seus cargos em pouco mais de um ano.

Mas o exército chinês — que Pequim vem trabalhando para modernizar há várias décadas — fez avanços recentes, disse o Pentágono.

Esse progresso incluiu ogivas nucleares operacionais. Os acervos da China aumentaram de mais de 500 no ano passado para mais de 600 em 2024.

"A expansão da força nuclear de Pequim permitirá que ela ataque mais cidades, instalações militares e locais de liderança dos EUA do que nunca em um potencial conflito nuclear", afirmou o Pentágono.

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