Sociedade

Número de migrantes que cruzam o Estreito de Darien ultrapassa 400.000

Migrantes em uma viagem perigosa encaram muitos desafios, como animais selvagens, rios traiçoeiros e gangues criminosas que os roubam ou exigem dinheiros para guiá-los pela selva.

Migrantes ajudam mulher com ferimentos no joelho na vila de Bajo Chiquito, o primeiro controle de fronteira da província de Darien, no Panamá, em 22 de setembro. [Luis Acosta / AFP]
Migrantes ajudam mulher com ferimentos no joelho na vila de Bajo Chiquito, o primeiro controle de fronteira da província de Darien, no Panamá, em 22 de setembro. [Luis Acosta / AFP]

AFP |

CIDADE DO PANAMÁ - O número de migrantes que tentam entrar nos EUA cruzando a famosa faixa de selva entre o Panamá e a Colômbia aumentou neste ano para mais de 400.000, disse o governo panamenho na quinta-feira (28/9).

O total é 62% superior ao de migrantes que cruzaram o Estreito de Darien em todo o ano de 2022.

Pelo caminho, há animais selvagens, uma mata densa, rios e gangues criminosas que os roubam ou exigem dinheiro para guiá-los pela selva.

Apesar do perigo, o Estreito de Darien, com 265 quilômetros, tornou-se um importante corredor para os migrantes procedentes da América do Sul que passam pela América Central e pelo México na esperança de chegar aos EUA.

Mapa da América Central e do México mostra os pontos de entrada mais utilizados pelos migrantes em rota para os EUA. [Tatiana Magarinos e Gustavo Izus / AFP]
Mapa da América Central e do México mostra os pontos de entrada mais utilizados pelos migrantes em rota para os EUA. [Tatiana Magarinos e Gustavo Izus / AFP]

Autoridades panamenhas não sabem o número exato de migrantes que morreram na área de floresta densa, pois muitos não são relatados.

O Ministério de Segurança Pública disse que 402.030 pessoas passaram pelo local até quarta-feira.

Em torno de 4.000 pessoas estão vindo da Colômbia por dia, segundo o órgão. A maioria é da Venezuela, do Haiti, do Equador e da Colômbia, mas há chineses e afegãos.

O fluxo é tão grande que o Panamá instalou centrais de ajuda para os migrantes em diferentes partes do país.

Mas o ministro de Segurança Pública, Juan Pino, disse na quinta-feira que o Panamá está sobrecarregado, destacando que o país está "fazendo um esforço sobre-humano".

Em uma aposta para reduzir a interminável procissão humana, o governo anunciou em 9 de setembro uma série de medidas, como o aumento no número de deportações de pessoas que entram no país ilegalmente.

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