Segurança
Cuba detém 17 pessoas sob acusação de "tráfico" para guerra da Rússia na Ucrânia
Governo cubano diz que está considerando acusações de tráfico humano, mercenarismo e atos hostis em um país estrangeiro, o que pode levar a sentenças de prisão perpétua e pena de morte.
![Militares russos usando equipamentos de proteção desinfetam um ônibus para recrutas em uma agência de recrutamento na cidade de Vladivostok, no extremo leste da Rússia. [Pavel Korolyov/AFP]](/gc4/images/2023/09/08/43915-russia_cuba-600_384.webp)
AFP |
HAVANA -- Dezessete pessoas foram presas em Cuba por suposta ligação com uma rede de tráfico de homens para os esforços da guerra na Ucrânia, disse o Ministério do Interior na quinta-feira (07/09).
Na segunda-feira, o governo cubano disse que estava trabalhando para desmantelar uma "rede de tráfico que opera da Rússia para incorporar cidadãos cubanos radicados no país e até alguns moradores da ilha às suas forças militares na Ucrânia".
Cesar Rodriguez, que coordena as investigações, disse em rede nacional de TV, na quinta-feira, que "17 pessoas foram presas até agora", sem informar suas nacionalidades.
Segundo Rodriguez, uma das pessoas era suspeita de atuar como um "organizador dessas atividades", enquanto outras duas eram supostos recrutadores.
A Procuradoria-Geral disse que as autoridades judiciais cogitam acusações de "tráfico humano, mercenarismo (e) atos hostis em um país estrangeiro", o que pode levar a sentenças de até 30 anos de prisão, prisão perpétua e até pena de morte.
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, disse na segunda-feira que o governo estava "agindo com toda a força da lei" contra as operações de tráfico.
O pai de dois jovens recrutados para a suposta operação apareceu na rede de televisão estatal dizendo que um dos seus filhos havia deixado Cuba em julho. O outro, segundo ele, ainda está na ilha e está sendo investigado.
Na semana passada, o jornal de Miami "America TeVe" publicou depoimentos de dois adolescente que dizem ter sido enganados para que trabalhassem ao lado do exército russo em canteiros de obras na Ucrânia.
Outro cidadão cubano disse ao jornal ter assinado contrato com as forças armadas russas na expectativa de legalizar sua situação na Rússia.
Moscou e Havana estreitaram seus laços recentemente. O presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, reuniu-se com o líder russo, Vladimir Putin, em Moscou no final do ano passado.
O governo cubano nega categoricamente cumplicidade com a Rússia nas supostas operações de tráfico.