Segurança
Cuba descobre plano para recrutar seus cidadãos para a guerra da Rússia na Ucrânia
Governo cubano disse estar trabalhando para desmantelar uma rede de tráfico que opera da Rússia e está recrutando cidadãos cubanos para lutarem como mercenários na Ucrânia.
![Homem passa por pôster que promove a contratação de cidadãos para as forças militares com a frase "Nosso trabalho: defender a pátria mãe", em Moscou, em 4 de setembro. [Natalia Kolesnikova/AFP]](/gc4/images/2023/09/05/43766-33u878c-highres-600_384.webp)
Por AFP |
HAVANA -- Cuba identificou uma suposta rede de tráfico que visa recrutar seus cidadãos para lutarem pela Rússia na guerra na Ucrânia, disse o Ministério das Relações Exteriores da ilha, na segunda-feira (04/09).
O governo vem trabalhando para desmantelar uma "rede de tráfico que opera a partir da Rússia para incorporar cidadãos cubanos que vivem no país e até mesmo alguns de Cuba, para as forças militares envolvidas em operações na Ucrânia", disse o Ministério em comunicado.
O governo cubano iniciou processos criminais contra os envolvidos no tráfico, acrescentou.
O ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodriguez, disse em uma postagem no X, o antigo Twitter, que o governo estava "agindo com toda a força da lei" contra as operações do tráfico.
![O ministro russo das Relações Exteriores, Sergey Lavrov (direita), e seu colega cubano, Bruno Rodriguez, apertam as mãos durante uma reunião em Havana, em 20 de abril. [Ramon Espinosa/POOL/AFP]](/gc4/images/2023/09/05/43765-33dk2rf-highres-600_384.webp)
"Cuba não faz parte da guerra na Ucrânia", disse o ministério, acrescentando que tomaria medidas contra qualquer pessoa "que participe de quaisquer formas de tráfico de seres humanos com o propósito de mercenarismo ou recrutamento de cidadãos cubanos para usarem armas contra qualquer país".
Não houve nenhuma reação imediata de Moscou.
Moscou e Havana estreitaram seus laços recentemente. O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, reuniu-se com seu colega russo, Vladimir Putin, em Moscou no final do ano passado.
Em junho, o ministro da Defesa cubano, Alvaro Lopez Miera, foi recebido pelo seu colega Sergei Shoigu.
Na segunda-feira, a Ucrânia disse que obteve alguns ganhos contra as forças russas no sul e no leste, enquanto avança com um contra-ataque altamente estudado.
Pedido de ajuda
Um jovem de 19 anos, em um vídeo postado pela agência de notícias América TeVe, em Miami, fez um apelo urgente por ajuda, dizendo: "Por favor, ajude-nos a sair daqui o mais rápido possível porque estamos com medo".
Segundo a América TeVe, um vídeo postado nas redes sociais mostra dois jovens cubanos em um ônibus sendo transferidos com soldados russos de Ryazan, na Rússia, para a Ucrânia.
O veículo de comunicação apresentou um áudio de um cubano anônimo que disse ter assinado um contrato, além do testemunho de outra pessoa que contou ter assinado o contrato enquanto morava na Rússia.
Um cubano que falou para a América TeVe disse ser "mais um dos cubanos que estão aqui (na Ucrânia) por conta de um contrato com as Forças Armadas russas".
Ele afirmou também que se alistou nas forças russas para legalizar seu status no país euroasiático, a exemplo de outros cubanos.