Economia
Colômbia pode bloquear 'importações predatórias' de aço da China e da Rússia
Importações de aço da China e da Rússia poderiam levar ao fechamento de empresas e à perda de milhares de empregos.
![Um operário trabalha na fundição de aço em uma fábrica em Hangzhou, na província de Zhejiang, na China. [AFP]](/gc4/images/2024/07/18/47112-acero1-600_384.webp)
Por Giselle Alzate |
BOGOTÁ – A indústria siderúrgica colombiana enfrenta uma crise devido à “intensificação da concorrência desleal” do aço importado da China e da Rússia.
Fabio Galán, presidente da siderúrgica colombiana Paz del Río, afirmou, em uma coletiva com a imprensa local, que as importações de aço da China e da Rússia poderão levar ao fechamento de sua empresa e à perda de 21.000 empregos.
“Estamos denunciando a intensificação da concorrência desleal e alertamos para o grave impacto que essa situação pode ter nos empregos”, disse Galán em14 de julho.
Segundo o executivo, sua empresa atualmente está adotando todas as medidas possíveis para proteger os empregos, “mesmo assumindo perdas econômicas significativas”.
![Vista aérea mostra pessoas caminhando em um mercado atacadista de aço em Shenyang, na província de Liaoning, na China. [AFP]](/gc4/images/2024/07/18/47113-acero2-600_384.webp)
“No entanto, a situação piorou e não podemos fazer isso sozinhos”, disse ele.
As importações de aço, principalmente da China e da Rússia, dispararam 75% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2023, afirmou Galán.
Preços predatórios
Desde o ano passado, a empresa de Galán pede ao governo colombiano a implementação de tarifas sobre o aço da China e da Rússia, disse ele.
“O que pedimos é que a Colômbia, como vêm fazendo outros países, impeça as práticas de concorrência desleal e também proteja o emprego nacional. É hora de agir como país, em defesa do emprego colombiano”, destacou.
As autoridades colombianas avaliam a possibilidade de elevar as tarifas, hoje de 5% – a Paz del Río defende um aumento de 35%.
Caso aumente as tarifas, a Colômbia seguirá o exemplo do Chile, do México e do Brasil, que já elevaram as taxas sobre o aço proveniente da China.
“Fomos afetados pelos altos custos dos insumos nos últimos dois anos e pelos preços predatórios dos países com excedente de produção”, disse Galán.
A crise econômica e a desaceleração brusca do mercado imobiliário na China fizeram com que a sobreprodução de aço chinês, fortemente subsidiada pelo governo de Pequim, fosse enviada ao mercado internacional a preços muito inferiores ao custo de produção.