Economia

Colômbia pode bloquear 'importações predatórias' de aço da China e da Rússia

Importações de aço da China e da Rússia poderiam levar ao fechamento de empresas e à perda de milhares de empregos.

Um operário trabalha na fundição de aço em uma fábrica em Hangzhou, na província de Zhejiang, na China. [AFP]
Um operário trabalha na fundição de aço em uma fábrica em Hangzhou, na província de Zhejiang, na China. [AFP]

Por Giselle Alzate |

BOGOTÁ – A indústria siderúrgica colombiana enfrenta uma crise devido à “intensificação da concorrência desleal” do aço importado da China e da Rússia.

Fabio Galán, presidente da siderúrgica colombiana Paz del Río, afirmou, em uma coletiva com a imprensa local, que as importações de aço da China e da Rússia poderão levar ao fechamento de sua empresa e à perda de 21.000 empregos.

“Estamos denunciando a intensificação da concorrência desleal e alertamos para o grave impacto que essa situação pode ter nos empregos”, disse Galán em14 de julho.

Segundo o executivo, sua empresa atualmente está adotando todas as medidas possíveis para proteger os empregos, “mesmo assumindo perdas econômicas significativas”.

Vista aérea mostra pessoas caminhando em um mercado atacadista de aço em Shenyang, na província de Liaoning, na China. [AFP]
Vista aérea mostra pessoas caminhando em um mercado atacadista de aço em Shenyang, na província de Liaoning, na China. [AFP]

“No entanto, a situação piorou e não podemos fazer isso sozinhos”, disse ele.

As importações de aço, principalmente da China e da Rússia, dispararam 75% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2023, afirmou Galán.

Preços predatórios

Desde o ano passado, a empresa de Galán pede ao governo colombiano a implementação de tarifas sobre o aço da China e da Rússia, disse ele.

“O que pedimos é que a Colômbia, como vêm fazendo outros países, impeça as práticas de concorrência desleal e também proteja o emprego nacional. É hora de agir como país, em defesa do emprego colombiano”, destacou.

As autoridades colombianas avaliam a possibilidade de elevar as tarifas, hoje de 5% – a Paz del Río defende um aumento de 35%.

Caso aumente as tarifas, a Colômbia seguirá o exemplo do Chile, do México e do Brasil, que já elevaram as taxas sobre o aço proveniente da China.

“Fomos afetados pelos altos custos dos insumos nos últimos dois anos e pelos preços predatórios dos países com excedente de produção”, disse Galán.

A crise econômica e a desaceleração brusca do mercado imobiliário na China fizeram com que a sobreprodução de aço chinês, fortemente subsidiada pelo governo de Pequim, fosse enviada ao mercado internacional a preços muito inferiores ao custo de produção.

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