Segurança

Colômbia busca empresas dos EUA e do México para consertar helicópteros russos

Onze helicópteros Mi-17 ficaram fora de serviço por falta de peças de reposição ou manutenção adequada. O problema ganhou mais atenção depois que um acidente matou nove soldados.

Onze helicópteros Mi-17 de fabricação russa estão parados nos hangares da base militar de Tolemaida, na Colômbia. Por falta de peças de reposição e ou por manutenção insuficiente, as aeronaves aguardam reparos. [Vídeo RCN Noticias]
Onze helicópteros Mi-17 de fabricação russa estão parados nos hangares da base militar de Tolemaida, na Colômbia. Por falta de peças de reposição e ou por manutenção insuficiente, as aeronaves aguardam reparos. [Vídeo RCN Noticias]

Por Giselle Alzate |

BOGOTÁ -- O governo colombiano negocia com empresas nos Estados Unidos e no México para consertar e manter 11 helicópteros russos Mi-17. As aeronaves estão paradas por falta de peças de reposição e manutenção.

Os problemas de manutenção e reparo decorrem de sanções internacionais impostas à empresa russa contratada para esses serviços, após a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, confirmou o ministro da Defesa da Colômbia, Iván Velásquez.

"Estamos buscando uma solução, porque temos os recursos para pagar os russos, mas não é possível a transferência [de fundos para a Rússia devido às sanções]", afirmou o ministro durante debate na Câmara dos Representantes em 28 de maio.

Velásquez foi convocado pela segunda comissão da Câmara, que supervisiona as relações exteriores, para solucionar a questão dos helicópteros russos parados.

O exército colombiano deixou os helicópteros inativos por várias semanas.

O tema voltou à tona depois que um acidente em 29 de abril matou nove soldados a bordo de um Mi-17.

Segundo Velásquez, o governo está em negociações com empresas nos Estados Unidos e no México que podem fazer a manutenção da aeronave.

"Temos avançado nas conversas com outras empresas – porque a Colômbia não é o único país que tem tido essa dificuldade – que têm sede nos Estados Unidos ou no México e fornecem manutenção para esses helicópteros MI-17", explicou.

Contrato suspenso; manobra russa rejeitada

Em 2021 e 2022, autoridades colombianas assinaram dois contratos com a empresa russa National Aviation Services Co. SA (NASC) para manutenção do Mi-17, disse o ministro.

A NASC cumpriu o primeiro contrato, que terminou em setembro passado. No entanto, ambos os lados concordaram em suspender o segundo contrato diante das circunstâncias.

"A impossibilidade de execução ocorre por uma razão simples e de conhecimento público: as sanções impostas à Rússia pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos [somadas às sanções impostas por alguns países europeus]", disse Velásquez.

Para contornar as sanções internacionais contra a Rússia, a NASC sugeriu alterar os nomes das empresas envolvidas e o propósito declarado do contrato, confirmou ele.

Mas o Ministério da Defesa rejeitou a proposta.

"Não podemos atender a pedidos dessa natureza", disse Velásquez.

Fundamental na segurança

Antes de se mostrar inseguros, os helicópteros russos foram fundamentais na luta das forças armadas colombianas contra os movimentos de guerrilha e o tráfico de drogas.

No final de maio, guerrilheiros atacaram as cidades de Morales e Jamundí, no sudoeste da Colômbia, o que levou as autoridades locais a buscar apoio aéreo.

Normalmente, o exército recorria a esses helicópteros para neutralizar as ofensivas da guerrilha.

No entanto, como a maioria dessas aeronaves está parada, os militares mobilizados nas proximidades tiveram de viajar por terra para reforçar as cidades.

Apenas oito dos 19 Mi-17 estão ativos.

Entre 1996 e 2009, a Colômbia adquiriu 26 aeronaves russas.

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