Política

EUA sancionam quadrilha venezuelana com supostas ligações com Maduro

Líder da oposição venezuelana, María Corina Machado defende “resistência clandestina” contra Maduro, ao mesmo tempo em que se esconde e clama por rebelião cívica após uma eleição contestada.

María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, convocou em 28 de julho uma resistência “clandestina” contra Nicolás Maduro no aniversário de sua controversa reeleição. [Vente Venezuela/AFP]

Por AFP |

WASHINGTON – O Tesouro dos Estados Unidos anunciou, em 25 de julho, sanções contra um grupo venezuelano que, segundo o órgão, é liderado pelo ditador Nicolás Maduro, o acusando de apoiar os principais cartéis de drogas.

O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Tesouro anunciou restrições ao Cartel de Los Soles, o classificando como uma entidade Terrorista Global Especialmente Designada.

O OFAC, que determina sanções com base na política externa dos EUA, diz que o grupo é “liderado por Nicolás Maduro” e “outros indivíduos venezuelanos de alto escalão do regime de Maduro”.

O escritório alegou que o cartel “fornece apoio material” ao Tren de Aragua e ao Cartel de Sinaloa — grupos criminosos designados pelo governo dos EUA como terroristas.

Ditador venezuelano Nicolás Maduro acenando para apoiadores de uma sacada em Caracas, em maio, enquanto comemora os resultados das eleições parlamentares e regionais. [Federico Parra/AFP]
Ditador venezuelano Nicolás Maduro acenando para apoiadores de uma sacada em Caracas, em maio, enquanto comemora os resultados das eleições parlamentares e regionais. [Federico Parra/AFP]

“A ação de hoje expõe ainda mais a facilitação do narcoterrorismo pelo regime ilegítimo de Maduro por meio de grupos terroristas como o Cartel de los Soles [Cartel dos Sóis]”, disse o secretário do Tesouro, Scott Bessent, em um comunicado.

Em seu primeiro mandato, o presidente Trump indiciou Maduro e vários de seus principais assessores por “narcoterrorismo” e ofereceu uma recompensa por sua captura. Maduro rechaçou essas alegações.

O Cartel de los Soles tem o objetivo de “usar a inundação de narcóticos ilegais como uma arma contra os Estados Unidos”, informou Washington.

As relações entre Washington e Caracas vêm se deteriorando há anos.

Em 2019, os Estados Unidos contestaram a reeleição de Maduro, que a comunidade internacional considerou amplamente fraudulenta.

Resistência 'clandestina'

A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, convocou em 28 de julho uma resistência “clandestina” contra Maduro no aniversário de sua questionada reeleição.

As autoridades eleitorais declararam Maduro o vencedor da eleição de julho de 2024, apesar das alegações de fraude. Entretanto, nunca divulgaram uma análise detalhada dos resultados da votação.

A oposição venezuelana diz que seu candidato, Edmundo González Urrutia, foi o verdadeiro vencedor do pleito. O ex-diplomata fugiu para o exílio após a eleição, enquanto Machado — que foi impedida de concorrer à eleição — se escondeu.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Corina Machado acusou Maduro de ter “muito medo de ser invadido” e destituído, mas disse que milhões de pessoas que já estão na Venezuela o tirarão do poder.

As autoridades venezuelanas frequentemente acusam Corina Machado de liderar conspirações contra Maduro.

Quase mil líderes, incluindo aqueles do círculo mais próximo de Corina Machado, foram detidos desde a eleição.

Ela pediu pela “organização clandestina de todas as estruturas da Venezuela” para desobedecer à tirania e preparar-se para a ação cívica “quando chegar a hora”.

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