Economia
Costa Rica exclui empresas chinesas de seleção para 5G, citando "alto risco de segurança cibernética"
Receio de que tecnologia e equipamentos fornecidos pela China possam ser potencialmente utilizados para espionagem ou sabotagem cresce na América Latina.
![Trabalhador em Xangai usa um sistema de controle remoto baseado na tecnologia 5G da Huawei para operar um guindaste na província de Hunan. Preocupações crescentes em toda a América Latina sugerem que a tecnologia e os equipamentos fornecidos pela China podem ser vulneráveis a espionagem ou sabotagem. [AFP]](/gc4/images/2023/09/27/44246-costa_rica_5g-600_384.webp)
Por Giselle Alzate |
SAN JOSÉ – O governo da Costa Rica proibiu as empresas chinesas de participarem de processos de seleção para o desenvolvimento da rede 5G, alegando preocupações quanto ao “alto risco de segurança cibernética” e seu impacto potencial na segurança nacional.
O presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, alinhado com a ministra da Ciência e Tecnologia do país, Paula Bogantes, assinou um decreto no dia 1 de setembro determinando como requisito para os países que desejarem ser fornecedores de redes 5G a adesão aos princípios delineados na Convenção de Budapeste.
A convenção, em vigor desde julho de 2004, é o tratado internacional inaugural que visa uniformizar a legislação entre as nações no combate aos crimes cibernéticos e aos crimes relacionados com a Internet.
A Costa Rica é uma das nações signatárias comprometidas com esse acordo fundamental no combate aos crimes cibernéticos. Mas a China, não.
Segundo reportagens na imprensa costarriquenha, a exclusão das empresas chinesas do processo de seleção ocorreu após a visita de Chaves aos Estados Unidos no fim de agosto, durante a qual ele se reuniu com o presidente dos EUA, Joe Biden.
China é um fornecedor de “alto risco”
Pelo decreto, as empresas que usam hardware e software de países não signatários da Convenção de Budapeste, incluindo a China, foram consideradas um “alto risco” em termos de segurança cibernética.
“O uso de componentes críticos de rede, como equipamentos de telecomunicações, sistemas de transmissão, equipamentos de comutação ou roteamento e outros facilitadores de transporte de sinal, é proibido devido ao seu alto risco de segurança cibernética para redes 5G e avançadas, representando uma ameaça à segurança nacional”, diz o decreto.
Vários países europeus, o Canadá e os Estados Unidos proibiram empresas chinesas como a Huawei de participar nas suas redes de telecomunicações devido aos riscos que representam para a segurança nacional e a privacidade dos cidadãos.
O decreto da Costa Rica levanta preocupações com potenciais “invasões patrocinadas pelo Estado através da cadeia de abastecimento 5G”.
Além disso, destaca o “alto risco” associado ao fato de os fornecedores de software e hardware de redes 5G estarem “sujeitos à orientação de um governo estrangeiro”, cujas leis ou práticas exigem o compartilhamento de informações sensíveis que afetam os cidadãos da Costa Rica e a segurança nacional.
Bogantes afirmou, em maio, que o governo da Costa Rica espera que as diretrizes para o recebimento de ofertas para a seleção de serviços de desenvolvimento de redes 5G estejam definidas até o fim de 2023.