Economia

Costa Rica exclui empresas chinesas de seleção para 5G, citando "alto risco de segurança cibernética"

Receio de que tecnologia e equipamentos fornecidos pela China possam ser potencialmente utilizados para espionagem ou sabotagem cresce na América Latina.

Trabalhador em Xangai usa um sistema de controle remoto baseado na tecnologia 5G da Huawei para operar um guindaste na província de Hunan. Preocupações crescentes em toda a América Latina sugerem que a tecnologia e os equipamentos fornecidos pela China podem ser vulneráveis a espionagem ou sabotagem. [AFP]
Trabalhador em Xangai usa um sistema de controle remoto baseado na tecnologia 5G da Huawei para operar um guindaste na província de Hunan. Preocupações crescentes em toda a América Latina sugerem que a tecnologia e os equipamentos fornecidos pela China podem ser vulneráveis a espionagem ou sabotagem. [AFP]

Por Giselle Alzate |

SAN JOSÉ – O governo da Costa Rica proibiu as empresas chinesas de participarem de processos de seleção para o desenvolvimento da rede 5G, alegando preocupações quanto ao “alto risco de segurança cibernética” e seu impacto potencial na segurança nacional.

O presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, alinhado com a ministra da Ciência e Tecnologia do país, Paula Bogantes, assinou um decreto no dia 1 de setembro determinando como requisito para os países que desejarem ser fornecedores de redes 5G a adesão aos princípios delineados na Convenção de Budapeste.

A convenção, em vigor desde julho de 2004, é o tratado internacional inaugural que visa uniformizar a legislação entre as nações no combate aos crimes cibernéticos e aos crimes relacionados com a Internet.

A Costa Rica é uma das nações signatárias comprometidas com esse acordo fundamental no combate aos crimes cibernéticos. Mas a China, não.

Segundo reportagens na imprensa costarriquenha, a exclusão das empresas chinesas do processo de seleção ocorreu após a visita de Chaves aos Estados Unidos no fim de agosto, durante a qual ele se reuniu com o presidente dos EUA, Joe Biden.

China é um fornecedor de “alto risco”

Pelo decreto, as empresas que usam hardware e software de países não signatários da Convenção de Budapeste, incluindo a China, foram consideradas um “alto risco” em termos de segurança cibernética.

“O uso de componentes críticos de rede, como equipamentos de telecomunicações, sistemas de transmissão, equipamentos de comutação ou roteamento e outros facilitadores de transporte de sinal, é proibido devido ao seu alto risco de segurança cibernética para redes 5G e avançadas, representando uma ameaça à segurança nacional”, diz o decreto.

Vários países europeus, o Canadá e os Estados Unidos proibiram empresas chinesas como a Huawei de participar nas suas redes de telecomunicações devido aos riscos que representam para a segurança nacional e a privacidade dos cidadãos.

O decreto da Costa Rica levanta preocupações com potenciais “invasões patrocinadas pelo Estado através da cadeia de abastecimento 5G”.

Além disso, destaca o “alto risco” associado ao fato de os fornecedores de software e hardware de redes 5G estarem “sujeitos à orientação de um governo estrangeiro”, cujas leis ou práticas exigem o compartilhamento de informações sensíveis que afetam os cidadãos da Costa Rica e a segurança nacional.

Bogantes afirmou, em maio, que o governo da Costa Rica espera que as diretrizes para o recebimento de ofertas para a seleção de serviços de desenvolvimento de redes 5G estejam definidas até o fim de 2023.

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