Segurança
Equador apreende material para fabricação de bombas destinado à Colômbia
Antigos rebeldes da Colômbia se transformaram em cartéis, gerando novos conflitos pelas rotas de cocaína mais lucrativas do mundo.
![Policiais carregam destroços do local da explosão de uma bomba em Cali, Colômbia, em 21 de agosto. [Iusef Samir Rojas/AFP]](/gc4/images/2025/08/25/51686-col-600_384.webp)
Por AFP |
O Equador apreendeu um enorme carregamento de materiais para fabricação de bombas que estavam sendo transportados em um caminhão da fronteira peruana para a Colômbia, onde seriam usados em "atos terroristas", informou a polícia em 24 de agosto.
A apreensão ocorre em um momento em que a Colômbia enfrenta sua pior crise de segurança em décadas. Em 21 de agosto, dois ataques de guerrilha— um dos quais com um caminhão-bomba — deixaram 19 mortos e dezenas de feridos.
A polícia equatoriana informou ter apreendido 3.750 cartuchos de emulsão explosiva e 25.000 metros de cordão detonador em uma operação na fronteira com a Colômbia.
"Identificamos material explosivo que seria usado em atos terroristas na Colômbia", disse a polícia no X.
Um homem e uma mulher foram presos durante a operação. Imagens do local mostraram que o material estava embalado em sacos plásticos dentro de um pequeno caminhão.
Os materiais explosivos estavam sendo transportados em um caminhão que saiu da província equatoriana de El Oro — que faz fronteira com o Peru — para a província de Carchi, no norte, perto da fronteira com a Colômbia, onde foi realizada a operação.
Helicóptero da polícia abatido
A polícia descobriu o material durante uma fiscalização de rotina na cidade de San Gabriel.
"Após uma busca exaustiva, descobriu-se que o veículo transportava uma grande quantidade de explosivos escondidos", disse a polícia em comunicado.
A descoberta ocorreu após a explosão de um caminhão-bomba em uma rua movimentada na cidade tropical colombiana de Cali em 21 de agosto. O incidente matou seis civis e feriu mais de 60 pessoas.
Poucas horas antes, guerrilheiros haviam atacado uma operação policial que destruía plantações de coca — usada na produção da cocaína — perto da cidade de Medellín, no noroeste da Colômbia. Um helicóptero da polícia foi abatido e 13 policiais morreram.
As autoridades atribuíram os ataques a grupos guerrilheiros rivais que se separaram das antes poderosas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) após rejeitarem o acordo de paz de 2016.
Muitos dos grupos armados da Colômbia — antes baseados em ideologias de esquerda ou de direita — agora são cartéis de drogas de fato, que se financiam por meio do lucrativo comércio de cocaína.
Dois guerrilheiros foram presos em 23 de agosto pelo ataque com caminhão-bomba em Cali.