Crime e Justiça

Colômbia bate novo recorde de produção de cocaína

Cultivo de coca na Colômbia atingiu um patamar histórico de 204.000 hectares em 2022, um aumento de 13% em relação ao ano anterior. A produção de cocaína também aumentou, para 1.738 toneladas, o nível mais alto desde 2001.

Vista aérea de Raspachines mostra coletores de folhas de coca trabalhando em uma plantação de coca perto do município de Olaya Herrera, no departamento de Nariño, Colômbia. (Foto de Joaquín Sarmiento/AFP)
Vista aérea de Raspachines mostra coletores de folhas de coca trabalhando em uma plantação de coca perto do município de Olaya Herrera, no departamento de Nariño, Colômbia. (Foto de Joaquín Sarmiento/AFP)

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BOGOTÁ (Reuters) - A Colômbia, maior produtor mundial de cocaína, atingiu um novo recorde no ano passado na elaboração da droga e no cultivo da coca, cujas folhas são a base para a droga, informou um relatório da Organização das Nações Unidas na segunda-feira (11 de setembro).

O cultivo de coca aumentou 13% no ano passado em relação a 2021, enquanto a produção de cocaína passou de 1.400 toneladas para 1.738 toneladas, de acordo com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Os números são os mais elevados desde que a ONU começou a monitorizar a produção, em 2001. A maior parte da cocaína colombiana tem como destino os Estados Unidos e a Europa.

A produção de coca agora se estende por 230.000 hectares no país.

Policial colombiano abraça um cachorro durante uma operação para erradicar plantações ilícitas em Tumaco, no departamento de Narino, Colômbia, em 30 de dezembro de 2020. O cultivo de coca na Colômbia atingiu o recorde histórico de 204.000 hectares em 2022, um aumento de 13% em relação ao ano anterior. A produção de cocaína também subiu, para 1.738 toneladas, o nível mais alto desde 2001. (Foto de Juan Barreto/AFP)
Policial colombiano abraça um cachorro durante uma operação para erradicar plantações ilícitas em Tumaco, no departamento de Narino, Colômbia, em 30 de dezembro de 2020. O cultivo de coca na Colômbia atingiu o recorde histórico de 204.000 hectares em 2022, um aumento de 13% em relação ao ano anterior. A produção de cocaína também subiu, para 1.738 toneladas, o nível mais alto desde 2001. (Foto de Juan Barreto/AFP)

Quase dois terços das plantações estão localizados nos departamentos de Narino e Putumayo, no sul do pais, na fronteira com o Equador, que luta contra a violência associada a gangues de traficantes, e em Norte de Santander, na fronteira com a Venezuela.

Cerca de metade desses cultivos na Colômbia estão em reservas indígenas, reservas florestais e parques naturais, segundo o relatório.

Nova política a caminho

O Presidente Colombiano Gustavo Petro, que assumiu o cargo no ano passado, propôs uma anistia aos traficantes de drogas dispostos a se entregar e abandonar o comércio na busca de “paz total” em um país devastado pela violência.

O presidente também propôs a compra de terras para redistribuição aos pequenos agricultores, de forma que possam ganhar a vida com culturas legais, livres do jugo violento dos grupos de traficantes dos quais dependem hoje.

O cultivo de coca é ilegal, mas é um meio de subsistência para muitas pessoas no país sul-americano de 50 milhões de habitantes.

Grande parte do setor é controlada por grupos armados, entre guerrilheiros de esquerda, paramilitares de direita e cartéis de droga.

A Colômbia continua sendo de longe o maior produtor mundial, seguida pelo Peru e pela Bolívia.

Segundo o governo, o país deverá adotar em breve uma nova política de drogas, destinada a desmantelar organizações criminosas com o menor dano possível para os produtores rurais pobres.

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