Sociedade
Enquanto a coligação mundial visa o fentanil, a não participação da China chama atenção
China, importante produtor mundial de precursores químicos, desempenha um papel essencial no abastecimento de cartéis que fabricam o fentanil para contrabandear aos EUA.
![Leonardo Dominguez Gomez, pesquisador de campo do Departamento de Saúde de Nova York, realiza testes para detectar a presença de fentanil em diferentes tipos de drogas, como cocaína, metanfetamina e heroína. [Angela Weiss / AFP]](/gc4/images/2023/07/10/42938-fentanyl_meeting-600_384.webp)
AFP |
Nesta sexta-feira, 7 de julho, os Estados Unidos reuniram vários países em um esforço para combater o fentanil sem a presença suspeita da China, que continua a ser acusada de ser o principal fornecedor de substâncias químicas usadas na produção desse opioide.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, convocou dezenas de países para trabalharem juntos no combate às drogas sintéticas, mas a China -- enfrentando em Washington a culpa por uma epidemia de vícios -- denunciou o esforço.
Ao abrir uma "coligação" liderada pelos EUA contra esse flagelo, Blinken disse aos ministros de mais de 80 países que os Estados Unidos -- onde cerca de 110.000 cidadãos morreram no ano passado por overdose de drogas, a maioria por fentanil e outros opioides sintéticos -- são "um alerta de perigo iminente".
"Com o mercado americano saturado, as iniciativas criminosas transnacionais estão partindo para outro lugares para expandir seus lucros", disse Blinken .
"Se não agirmos juntos com uma urgência feroz, mais cidades no mundo vão arcar com os custos catastróficos" verificados nos Estados Unidos, afirmou o secretário.
Com o vício em drogas se tornando cada vez mais claro, os Estados Unidos pressionaram a China, a principal fonte do fentanil, a proibir as exportações, como ocorreu em 2019.
Mas a China ainda é um grande produtor de precursores químicos, que são enviados ao México e à América Central, onde os cartéis produzem o fentanil a ser contrabandeado para os EUA.
Todd Robinson, secretário adjunto dos EUA para Assuntos Internacionais de Drogas e Aplicação da Lei, disse que os Estados Unidos saudariam a participação da China em reuniões futuras e espera que os outros países também entrem em contato com Pequim.
"Parte do motivo pelo qual tentamos reunir esta coligação é envolver outros países nos esforços contra essas cadeias de suprimento, e parte de sua responsabilidade é interagir com a RPC", disse ele, referindo-se à República Popular da China.